domingo, 20 de dezembro de 2009

Supernova Particular

{E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é...}
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> Quando comecei este blog eu tentava entender porque nos permitimos buscar algo que poderia nunca surgir ou ser realmente aquilo que idealizamos. E aí... Porque insistimos em quebrar a cara até encontrar o mais próximo da personificação desta coisa que nem sabemos bem do que se trata?? Seria uma utopia?? Não sei. Talvez seja algo único ou se apenas diferentes percepções sobre a mesma porcaria que se passa dentro de cada um de nós... mas talvez, e quase certo, que eu nunca saberei.
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> Contudo, apesar da profusão de questionamentos e a negatividade sobre o assunto, sempre houve uma curiosidade latente e mais forte que coordenou meus sentidos. E talvez por isso seguisse buscando- nos lugares menos prováveis, nos rostos cotidianos, nos cheiros e nas cores que preenchem as lacunas que eu mesma criei-um alguém que correspondesse a este sonho utópico. Sim, eu seguia esperando por um alguém que me remeteria, nem que por cinco minutos, a uma cena cinematográfica bem no meio da minha nada holywoodiana vida.
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> O príncipe. Eu esperava um príncipe. De preferência em seu cavalo branco, como nos contos de fadas, ou no seu golzinho de uma cor qualquer.
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> Eu esperava, esperava...e nada. Foi assim que o tempo passou e eu simplesmente parei de tentar achar respostas e deixei de acreditar. Pois é, meus caros. Eu desacreditei na possibilidade de existir um amor pra uma vida. Porém o mais surpreendente foi perceber que, depois de nem mais pensar sobre o assunto, ele poderia existir. Sim, é possível que ele realmente exista. Mas não é do tipo que tu encontra quando procura. Ele que te encontra, e quase sempre é quando tu está desacreditada, andando por aí, procurando um buraco ainda mais escuro e longínquo pra esconder teus sonhos feitos pra dois.
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> Também não é do tipo que tu pode procurar até encontrar. Normalmente ele te encontra quando já estava cansada de tanta busca, pois são muitos cantos, cruzamentos e passamos a maioria da vida perdidos em largas avenidas, o que dificulta o encontro e a certeza de que ali está o motivo da caminhada sem direção. Ou melhor: ali está a tua direção.
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> Pode-se dizer, também, que quando cruzamos com ele podemos pensar que não é o tipo de pessoa imprescindível, e seguimos em frente. No entanto, quando paramos e olhamos de uma forma mais perspicaz, percebemos no brilho daqueles olhos algo nunca antes visto, e as palavras dele estarão repletas das coisas mais lindas a ti já ditas; de uma forma que será inevitável ficar se perguntando como é que conseguiste viver tanto tempo sem.
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> Mas ele não é perfeito. Longe disso. Provavelmente ele não tem reinos, não tem cavalo branco nem carros da moda, faz coisas que tu não aprova, mas tu já não sabe mais dizer não. Tu não sabe mais como torná-lo apenas mais um nome na tua extensa lista de paixonites superficiais. E ele não tem nada a mais, não é nada de mais. Isto chegará a ser um consenso. Contudo, estás presa na incrível força que ele tem sobre ti e te renderás às suas manias manjadas. Então tu vais encontrar beleza até mesmo nos seus mais profundos defeitos. E ele não poderá se livrar tão facilmente dos teus olhos curiosos percorrendo seu corpo, o desejo latente exalado por teus poros, teus ouvidos atentos a qualquer pista e tua boca sendenta esperando por beijos inesquecíveis.
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> Não. Ele definitivamente não é um príncipe. Mas não é sapo. Não é um roqueirinho que faz sucesso entre as menininhas de 15 anos, um estudante de uma federal de direito ou de administração, nem mesmo um sueco diretor de uma multinacional. Não é um deus grego, mas não é mais um mero mortal. Não, não é nada disso. Ele é um alguém diferente, o meu alguém especial. No meu universo, o supernova. Pro meu samba-enredo, o próprio carnaval.
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> Se realmente achei o que buscava, eu também não sei.
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> Sigo esperando sinais divinos que confirmem toda esta minha extensa e reflexiva utopia. Esperando sinais que demonstrem o quanto eu, por acreditar em tudo isto, não estou errada.
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*Aos meus leitores, amigos e visitantes: um feliz natal e um 2010 positivamente surpreendente!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Para 2010

Te desejo uma fé enorme, em qualquer coisa, não importa o quê, como aquela fé que a gente teve um dia, me deseja também uma coisa bem bonita, uma coisa qualquer maravilhosa, que me faça acreditar em tudo de novo, que nos faça acreditar em tudo outra vez.
(Caio Fernando Abreu)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Sobre nós dois

{I wanna be your last, first kiss
That you'll ever have (that you'll ever have)
I wanna be your last, first love (that you'll ever
have)
Till you're lying here beside me with arms and eyes
open wide
I wanna be your last, first kiss for all time}
É. Eu só queria ser aquela que rareia teu ar e te completa em todas as situações. Ser a companhia perfeita pras horas de ócio, alegria e de desespero. Eu só queria que tu pensasse em mim ininterruptamente, e não só quando não existe um motivo a mais disponivel no momento. Eu queria ser a chance, e não a possibilidade. Ser a pessoa, e não uma probabilidade. Eu queria ser a tua diferença, a louca vontade, o grito preso na garganta, a estranha dor fina no peito e o motivo das borboletas na barriga.
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Pois é. Eu queria que tu me perdoasse por todos os meus erros passados, e me deixasse ser o teu presente. Me pedisse pra apagarmos tudo e começarmos do zero, já que ambos erramos várias vezes. E, quando recomeçassemos, fosse de corpo e alma, por inteiro, de verdade, tipo vontade única existente. Eu queria ser a tua exclusividade, e que tu fosse a minha também. E que tu entendesse que é verdade quando eu te digo como eu te entendo, e compreendesse essa coisa louca de sermos tão diferentemente parecidos, opostamente iguais. Um equilibrio de antagonismos, complementares. E parasse de fugir, deixasse eu te coagir, entregasse esse teu coração pra mim e deixasse eu te fazer feliz.
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Se tu deixasse, seria para sempre.
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E se fosse para sempre, eu tenho certeza que tu nunca iria te arrepender.
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Sobre eu mesma:
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> Eu estou à mando. Estou amando. E feliz.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Sobre os riscos do que vivemos

Eu sei que grande parte das nossas mentiras foram ditas por mim. Eu também sei que grande parte das fantasias entre nós fui eu mesma que criei, com minha fértil imaginação e minhas palavras fáceis de serem pronunciadas, com meus gestos infantis e dóceis a ponto de te iludibriar. Eu me conheço, e não posso te culpar por aquilo que sei que sou capaz de fazer. Então, meu bem, não tente te fazer monstro, quando o máximo que consegues ser é um comparsa das minhas artimanhas.
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Eu também sei que tu nunca foste translúcido, a ponto de deixares os raios de Sol passarem por ti e deixar um arco-íris se formar diante de mim. Tu sempre foste meio verdadeiro, meio errado; meio sincero, meio mentiroso. E sempre foste um tanto tentativa, durante muito tempo. Então não tente se fazer de vítima, quando sabes claramente que as tuas mentiras te artodoam a noite, já que quando deitas com a cabeça no travesseiro não consegues dormir sem pesar em teus sonhos um pouco das tuas jogadinhas.
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Mea culpa. Meia culpa. Somos humanos.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

E agora?

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Agora eu estou escrevendo amor na vida de alguém.
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Agora eu estou vivendo amor nos braços de alguém.
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Agora eu posso chamar este alguém de meu alguém.
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{Não perturbe o tornar-se- Deleuze}

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Sobre a constelação chamada Mayra

A vida é realmente dinâmica, e este clichê se comprova cada dia mais, porque quando achamos estar com a felicidade, vêm a tempestade e seus furacões destruir toda a nossa calmaria.
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Pois neste final de semana uma luz da minha vida passou a brilhar mais de longe, lá de um lugar onde as coisas com certeza são melhores, para o nosso 'conforto'. Contudo, aqui embaixo, a falta corporea dela será sentida por muito tempo ainda, e todos nós sempre carregaremos este buraquinho que hoje se fez em nossos corações. Buraquinho de um lugar que era só dela. A Mayra, sim, fará falta. Por tudo que ela sempre foi. Por sua personalidade forte, por sua humanidade incrível, por seu charme essencial. E todos nós que hoje estamos nos perguntando porquê, duvidando do indubitável e dizendo que a vida é injusta, sempre sentiremos uma tremenda falta das coisas tão dela. Falta do sorriso, dos papos, da peculiaridade. Sentiremos falta do quê não vivemos com ela, de tudo que poderia ter sido vivido, e do quê esta menina linda com olhos brilhantes nos ensinou ao longo desses 20 e poucos anos, quando estava sempre de malas prontas pra desbravar vidas e corações.
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Sim, o Presidente do Universo decidiu que precisava de uma assistente pessoal com estilo, inteligência e muito charme, e levou pra perto dele a graciosidade de uma amiga que sempre fez a diferença aqui embaixo. Ela, com suas ironias inesquecíveis, com sua inteligência inegável, com todo charme contido em seu um metro e pouquinho, nos deixou aqui embaixo com uma tremenda lacuna e foi viver num lugar onde ela brilhará eternamente, esperando por todos nós pra botar os papos em dia e rir um pouco da vida. Se foi, e com certeza virou a assistente pessoal do Presidente do Universo, e com certeza vai olhar por nós, já que daqui de baixo ela já era torcedora das nossas felicidades, certamente daonde ela estiver ela será um raio de Sol, uma luz estelar, ou um suspiro que ouviremos nas horas de dúvida. Porque ela sempre foi assim, e nunca será diferente.
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Esta amiga que eu tanto tenho e sempre terei orgulho chamar de amiga se foi, e lá de cima deve estar nos olhando. Pras pessoas a sua volta deve estar contando um pouco de nós, rindo e distribuindo seu encanto. E advogando em causa nossa pelas nuvens deste lugar, pra que possamos ter o que há de melhor, como ela com certeza terá.
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Então, se o destino assim quis, boa sorte neste novo lugar, amiga. Desbrava este mundo melhor, pra poder nos contar como é quando chegarmos. Segue brilhando daí, Mayra, que daqui nossas orações e nossas saudades já são tuas. E me espera, que qualquer hora dessas daremos novamente aquele abraço, e daremos novamente aquelas risadas, e falaremos aqueles papos furados, e eu novamente verei tua doçura apimentada. E novamente saberei que sim, o Presidente do Universo escreve certo por linhas tortas. E que sim, eu tive a felicidade de conhecer uma das melhores pessoas do mundo, e chamei ela de amiga.
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Fica em paz, amiga.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Das coisas tão nossas

Eu quero alguém que me diga muito, mesmo no silêncio dos nossos nadas. Alguém que tenha coragem de me contrariar, de expressar suas opiniões (mesmo quando infundadas), de me seduzir e que queira me roubar daqui. Alguém que queira construir uma família pra ser nossa. Do nosso jeito, com a nossa cara. Com uns 2 filhos e alguns bichinhos fofos. Alguém que esteja de corpo e alma, que não deixe pra depois o que podemos viver hoje. E que saiba ser feliz nas coisas simples e amar mulheres loucas. Quero alguém que acredite na realidade, que esteja farto de idealismos como Romeu e Julieta, casais 20, como paixões platônicas e definições sentimentais pré-estabelecidas; mas que me dê um amor sufocante, incondicional, intenso, extremo e vital. Quero alguém que não saiba mais seguir sem mim, que tenha defeitos encantadores e me faça ficar sem jeito de vez em quando. Alguém que entenda o que é TPM e me abrace sem eu ter que pedir, quando eu precisar apenas de um carinho. Na verdade, eu quero alguém que seja carinho 24 horas por dia, nos 7 dias da semana. Que me faça enjoar de seus abraços e beijos desmedidos. Alguém para rir junto, que seja tão idiota quanto eu, e que pense em mim. E que minta pouco, ou nada, mas me diga sempre que estou linda, que se apaixonou perdidamente e que eu sou a mulher da sua vida.
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Quero alguém que queira estar ao meu lado, sempre, em todo lugar. Alguém pra estar junto nas horas difíceis e nos momentos de ócio, que me escute e saiba me confortar. E acima de qualquer coisa quero um alguém amigo e companheiro, mas que tire meu fôlego e sono. E que deixe tudo pra depois, se este tudo não passar por mim. Quero uma pessoa que me ligue só pra dizer que está morrendo de saudades, e assim esteja. Eu quero um alguém que queira. Que não tenha vergonha de dizer aos quatro ventos que nunca amou ninguém assim como está amando a mim. Eu quero um homem que saiba o momento exato de me dizer tudo que sente, e que me provoque a sentir também. Alguém que me belisque para ver se não é uma ilusão toda esta avalanche sentimental que nos soterrou. Eu quero alguém que faça de tudo para me fazer feliz. Não seja vazio, superficial e não viva de aparências. E que não me faça promessas que não serão realizadas. Não quero alguém que viva de fantasias. Quero um alguém que saiba enxergar além das suas próprias razões. E que tenha pressa em ser feliz. Que goste de ler, de conversar horas e horas sobre qualquer coisa, de deitar no escuro e ficar falndo bobagens, só pra ouvir a minha risada. Que me peça pra demonstrar tudo que eu sinto, hoje e agora e assim também faça. E que goste de música, de viajar, de dividir, de amar.
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Eu quero um alguém que saiba escrever as melhores estórias, a quatro mãos, sem revisão ortográfica.
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Quero um amor que me compre comidas gostosinhas e duas alianças. Que me mime. Que tenha um apartamento aconchegante. Com um chuveiro bem quentinho e toalhas fofinhas. TV grande e DVD. E uma cama de casal. ENORME, com edredon fofinho.
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Mas se for você, eu me contento com um colchão duro de solteiro e alguns motivos pra sorrir ouvindo um 'acho que estou apaixonado, e é por você menina'.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Inevitable

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{I wanna be your last, first kiss
That you'll ever have
I wanna be your last, first love
Till you're lying here beside me with arms and eyes
open wide
I wanna be your last, first kiss for all time.}
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> Just like the song.
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> And I´m waiting it to come.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lições sobre as inflamáveis.

{E hoje paro pra pensar
no que me importa
se o tempo não for mais voltar
Boa noite, Cinderela.}
> Sabe o que é o mais triste de tudo?? É que eu nunca acreditei verdadeiramente neste teu jeito, mas eu sempre achei as tuas tentativas de convencimento algo divertidinho.
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> E eu ainda acho engraçadinho quando lembro que tu tentou me fazer acreditar que isto poderia existir nos homens. Mas, na verdade nua e crua, eu nunca relamente viajei na possibilidade de tu não ser mais um baita gurizão neste mundo de gurizões.
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> Sim, a grande verdade é que vocês só tem tamanho, e independente da fachada as máscaras sempre tendem a cair, cedo ou tarde. E, meu caro, se tentavas disfarçar em meio a atitudes aparentemente "bonitinhas", é bom que tu saibas que nada disto me convence. Nem me encanta.
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> Isto porque em outros tempos, distante deste presente do qual fazes parte, eu já passei por tudo isto. Já fiz parte de coisas muito piores também. E sim, isto quer dizer que eu sou completamente consciente da minha parcela de culpa, bem como o quão assustadora eu sou por vezes e quão encantadora eu posso ser. Eu sei sim. Mas isto não te exime da tua parcela tipicamente masculina de trouxisse existencial latente. É típico. Masculino. E totalmente previsível.
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> Mas, sabe, o teu maior azar não é o fato de eu já estar calejada pelo tempo e nada me surpreender ao ponto de me entregar de corpo e alma a esta coisa que vivemos. O teu maior azar é que eu também aprendi com esses longos anos de coração queimante e loucuras sentimentais a ser aquilo que mais me convém. É que nós, mulheres loucas e insanas, aprendemos mais rápido que as outras. Nós damos a cara à tapa bem antes e talvez por isso aprendemos rapidamente a entender os sinais masculinos. E, pasme, sabemos fazer igualzinho a vocês. E é exatamente por isso que eu vim te dizer que podes ir brincando, mas no fundo quem vai sair queimado é tu.
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> Sim. Eu sei que tu já percebeste que realmente eu sou fogo.
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> Então prepara teu extintor, se o que tu queres é brincar. Ou então eu te faço uma listinha de meninas com corações frágeis, mornos e lúdicos pra tu quebrares com estes teus tão clichês encantos.
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Entããão...
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* E tudo que eu precisava ouvir me foi insistentemente dito neste último mês, entretanto por bocas alheias a tua.
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* Mas resta a certeza de que um dia isto há de mudar: eu ouvirei novamente as mais belas palavras, contudo elas serão feitas de um material muito parecido com aquele que compõe o querer de dois corpos, a razão de dois corações; e não do vazio inconsistente da indiferença. E, ao contrário do que imaginas, sei que não serão pronunciadas pela tua boca maldita. Entretanto isto de nada importará. Pois o passado do qual farás parte estará dentro de uma caixa lacrada, na qual eu pretendo mexer jamais.


* Bom dia, vida real!

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PS.

{Maybe you should make a list for me
Of everything important in this world
In a note of urgency
'Cause I don't know how to feel
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Careful now, you'll hurt yourself
Careful now, you'll hurt,
you'll hurt someone else.}
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Com o tempo descobrimos que as pessoas que são aparentemente as mais fortes podem ser as mais sensíveis. Que as mais engraçadas e agradáveis tem um lado duro e triste, e até os palhaços choram. E, apesar dos pesares, nada disto faz de nós 'o ser mais desprezível da face da Terra', pois todos estamos sujeitos a erros e acertos, crises existenciais e de felicidade, constantemente.
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Percebemos também que é preciso um tanto de coragem pra enfrentar o que temos de mais verdadeiro: aquilo que está dentro de nós. É preciso coragem pra chorar qualquer tipo de choro, pra falar sobre dúvidas e sentimentos, pra dizer "eu acho que gosto de ti", pra pirar e se arrepender, e até mesmo pra dizer uma mentira deslavada. Então por muitas vezes nos calamos, e um dia acabamos expulsando uma avalanche sem sentido de dentro de nós. Um erro, mas que por vezes se faz necessário.
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Sim. Decididamente é preciso um tanto de coragem pra se errar e, mesmo assim, seguirmos tentando.

domingo, 16 de agosto de 2009

Puzzle


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> O tempo passou. Ao me distanciar das percepções bitoladas pela efemeridade cotidiana, vi que nada foi tão revolucionário quanto parecia que ia ser. Mas tudo foi muito inédito e único, de uma forma surpreendente. Os dias voaram. Alguns saíram, outros entraram, a vida deu um monte de rasteiras, me presenteou com um tanto de inesquecíveis momentos, experiências idescritíveis e sonhos que vivi acordada. Ou seja: muitas coisas mudaram e nunca mais serão as mesmas. E, mesmo assim, sinto como se nada tivesse realmente mudado.
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> E durante esta avalanche de percepções mentais, um filmete encantava a minha mente. Revivi todo o caminho traçado em minhas andanças mundanas, tentando explicar como cheguei aonde estou e nesta que hoje sou. Como eu me tornei monstro para alguns e encantadora para outros. É, porque percepções diversas surgem a cada dia sobre esta que vos escreve. Esta que, no fundo, quer criar seu própro conto de fadas e fazer alguém feliz. Esta que quer se tornar a exceção a sua própria regra e ser muito feliz.
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> Assim, enquanto relembrava os meus dias, percebi que o meu eu atual, tal qual o eu de cinco anos atrás, desvia-se de comparações e convence a todos que evoluiu, cresceu, amadureceu. Prega novas idéias e as define como lições de vida. Conta suas andanças diárias, que não são poucas, e diz que elas foram fundamentais para ser o que hoje sou. Contudo, na verdade, tento é me convencer, enquanto encontro apenas uma meia-dúzia de alterações superficiais sobre esta pele e sobre os conceitos que a revestem; e isto não é o bastante para me privar de ser quem realmente sou. Vejo que este eu sempre esteve por aqui, algum tempo adormecido, encantado por sentimentos, indagações e fatos que o envolviam cegamente ou tentando ser mais aceitável aos olhos dos que me querem bem.
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> E ali entendi que sou desde sempre aquela por detrás da carcaça. Contudo, às vezes, diante das particularidades insanas desta, eu me vejo na obrigação de deixá-la de lado. E há 3, 5 ou 15 anos atrás, tudo era exatamente igual. Mudanças ocorreram apenas nos cenários, nas circunstâncias, nos personagens e na intensidade com que eu sinto e digiro as coisas da vida, pois hoje sou capaz de sentir mais, entender e querer mais, mesmo sem saber ao certo até que ponto isso pode ser bom ou saudável. Mas as minhas vontades, objetivos, sonhos e ideais seguem quase os mesmos. É que eu ainda penso sobre as mesmas coisas quase da mesma forma, com as mesmas oscilações perenes e intensidades profundas que sempre andaram de mãos dadas com minha alegria exfusiante que distrai a maioria. Alegria que trago para disfarçar a muitos o meu modo peculiar de entender as coisas, tornando-o quase imperceptível, para não assustar quem ousa arriscar sua sanidade pelo meu mundo.
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> Sim, pouco adiantaram as medidas de autotutela. A menina 'de camiseta do Che, saia quadriculada e botas gigantescas' ainda está aqui, tentando ser menos óbvia a antigos olhares.
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> Enquanto palavras jorravam da minha boca, eu só queria que fosse estridente a todos o meu maior aprendizado destes últimos anos: que o destino aponta sempre uma direção que fará todo o sentido no momento certo, por mais ilegível que momentaneamente isto possa parecer. E, tentando explicar isto a ouvidos alheios, verborragicamente contava meus devaneios vividos, atropelando fatos, os resumindo para o quanto antes chegar em ti, o meu assunto predileto, para poder me demorar enquanto explicava nossas próprias coincidências e as coisas que me encantam e assustam em um único ser.
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> O quê isto quer dizer?? Que tu anda saindo da minha mente mais do que deveria. Anda dominando pensamentos mais do que poderia. Tu estava ali, na minha boca, colocando a emoção mais perto da razão. Simples assim.
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> E o quê muda no contexto geral? Nada. Eu continuarei adolescentemente te recontando mundo afora, enquanto tu expressará por ouvidos mundanos algo que nem sei ao menos do que se trata. Até que a vida, dinâmica e imprevisível, te coloque no teu devido lugar: no meu passado mais distante.
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Fato: Tudo mudou sem nada mudar. Muito mudei sem nada mudar. E preciso urgentemente te tirar do sério. Tudo isto nunca foi tão óbvio como agora.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sugestão de presente pra formanda:


> O apartamento é o 304.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Eternal Sunshine of the Spotless Mind

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> Existe o que realmente aconteceu. Existe o que dizem por aí. Existe o que tu conta. E existe o que eu estou contando.
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> Há também o que queremos lembrar. E o que queremos esquecer.
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> Então é só escolher o que soa melhor aos teus ouvidos e fazer disto a tua verdade.
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> Seja feliz com a tua verdade.
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Então... vai o de sempre depois de uma besteira qualquer??
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> São muitas possibilidades. Nessa vida nada rotineira, as opções estão sendo emboladas e jogadas na nossa direção. E, como algo inflamável que quer atear fogo nas nossas vestes, vem e muda os sentidos, os quereres e os motivos de existir. Isto podemos chamar de emoções. Coisas que não precisamos procurar. Elas sempre nos acham.
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> É, eu sei. Acontece que não consigo dizer nada interessante no momento. Meu interesse é em ouvir, ouvir coisas reveladoras ou pelo menos ouvir qualquer coisa que me distraia. É que já falei muita bobagem, e a besteira me interessou até por demais...
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> Seja como for. Alzira. Estou aprendendo.
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> Uns beijos pra todo mundo!!

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Bla bla blá

{Toda essa meia verdade
a qual temos nos conformado
só conseguimos nos afastar
nós aprendemos a aceitar}
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> Enquanto as pessoas me perguntam sobre os meus futuros planos, eu me pergunto porquê diabos eu tenho que ter um detalhado desenho de cada passo que irei dar. É como se o quê não estiver escolhido há muito tempo não seja real, algo tipo 'mais uma modinha desta guria'. É que as pessoas não entendem que eu sou do tipo que quer tanta coisa, mas tanta coisa, que as vezes prefere não planejar e ir fazendo, sabe? Eu sou do tipo que tem certeza que a vida vai trazer só o quê me fará feliz, pois ela sempre assim o fez.
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> É que eu sou do tipo que acredita nas coisas absurdas da vida, nas exceções à regra. Eu acredito em sinais, e essas coisas sempre me levam a enxergar um futuro mais colorido e esperançoso. Eu sou daquelas que acredita que o Brasil tem conserto, que as pessoas mudam, que o quê vale mesmo é o encaixe dos seres, que gosta de corpo no corpo, pele na pele, língua na língua, suor com suor. E quero viver pra ver tudo isso realmente acontecer, todas as minhas idéias loucas e teorias furadas se comprovarem na prática.
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> E eu tento explicar, mas parece que ninguém quer entender. Eu acho que essencialmente isto acontece porque as pessoas só querem escutar o quê lhes convem. Então não me surpreende que falando sobre estas coisas verdadeiras ninguém preste muita atenção. Eu sou dessas que quando falam alto qualquer baboseira todo mundo escuta, sabe? Contudo, quando eu tento falar algo mais sério, típico papo cabeça, quando tento dizer tudo o quê se passa aqui dentro, parece que a conversa vai tomando um rumo tão desnecessário que se torna totalmente ignorável.
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> Pois é, eu sou bem dessas que tem 25 e espírito sem idade. Que tem muita coragem pra certas coisas e pras outras se CAGA de medo. Que está sempre a frente do seu tempo e de todos, mas quando se trata de decisões, de falações e 'coisas rosinhas', só sabe dar dois pro lado. Pois é. Sigo a regra.
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> Sim, eu sou bem dessas que sabe escrever horas e horas sobre o quê sente, mas na hora de falar na cara e aguentar as conseqüências, se cala. Isto porque não vejo motivos pra assim fazer, pois os destinatários destas palavras parecem ensurdecidos, mudos e cegos. Anestesiados pelos seus quereres, talvez. E eu, com medo de deixá-los pior que estão me calo e, invariavelmente, não escuto e não vivo. Ou encho a minha boca de baboseiras e os ouvidos alheios de palavras vazias, para que todo mundo siga aparentemente feliz.
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> Só que eu também sou daquelas que monta um suntuoso palácio, e seus alicerces estão cravados nas mais belas expectativas, invejável aos olhos alheios por tamanha imponência, frágil como uma flor. É, este castelo é ocultamente frágil, de forma a desmoronar com o mais leve sopro da minha respiração ofegante causada pela ânsia deste meu silêncio e da falta do quê esperar.
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> Pois é, sou bem dessas que para proteger todos das futuras catástrofes se lança no abismo.
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> Ou melhor, sou dessas que procura o abismo e se apaixona por ele.
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> Infiernos.
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E eu???
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* Ando ACABANDO (tudo).
* Ando INFLUENZIANDO (todos).
* Ando PRECISANDO (de tudo e de todos).
* Mas, mesmo assim, ANDO.

sábado, 4 de julho de 2009

Final del juego

Era perfectamente natural que te acordaras de él a la hora de las nostalgias, cuando uno se deja corromper por esas ausencias que llamamos recuerdos y hay que remendar con palabras y con imágenes tanto hueco insaciable.

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(Julio Cortázar)

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pessoas que gostam de pessoas

> Sempre fiquei encantada com a capacidade que pessoas aleatórias têm de serem potencialmente a melhor pessoa de todos os tempos. Todo dia, pelas ruas onde me perco, me deparo com alguém novo e penso: 'ela tem tudo pra ser a melhor pessoa do mundo'.
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> E não se trata de apenas quem aparentemente ela é. Tudo é uma questão de vibrações. E falo de vibrações no sentido mais Aureliano da palavra. É como se vibrássemos em freqüências semelhantes, como se eu mandasse sinais, códigos, para todos os lados, e estes meus códigos coincidissem com os dela.
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> Sempre penso que aquele olhar meio perdido (que em muito lembra o meu) não pode ser uma mera coincidência. E percebo, em ínfimos segundos, zilhões de coisas tão nossas, apesar de nem um simples 'oi' ter sido trocado. Então vejo que ali está uma bela incógnita (a ser desvendada) que emite vibrações semelhantes as minhas e que, juntos, somos como uma sinfonia de vibrações.
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> Descubro, aos poucos, que as minhas percepções quase nunca estão totalmente erradas. E quando ela parte suas vibrações, cada vez mais distantes, vão deixando um sentimento de melancolia quase insanável. Assim percebo que aquela pessoa não é apenas mais uma qualquer. Ela já é minha. E fico feliz por não se tratar de mais uma pessoa cheia de defeitos e características insuportáveis a ponto de haver a possibilidade de um dia ela ser insignificante e clichê. Sim. Eu não quero que ela seja desse mundo. Na verdade, não quero que ela já tenha algum mundo. Eu quero dar a ela um Green Card para o meu mundo.
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> E é assim, meus caros, que eu me apaixono pelas pessoas, mesmo que seja por um punhado de minutos. Homens e mulheres. Pessoas que eu quero dividir alguma coisa que trago, algumas palavras que guardo. Todo santo dia é assim. E acho que por isto é que sempre vaguei sem rumo, sem mapa, inconscientemente mandando estes sinais sem destinatário por essas ruas, seja de Porto Alegre ou de qualquer outro lugar do universo em que eu possa encontrar a melhor pessoa de todos os tempos.
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> Se já caí algumas vezes? Óbvio. Mas eu sigo pelo simples fato de acreditar nas coincidências absurdas que se escondem por detrás de todas essas esquinas, que poderão acontecer a quando menos esperamos. E quando eu digo que isto pode acontecer a qualquer momento, digo desde já. Quero dizer que esta história depende do começo, da primeira linha, da primeira palavra, do primeiro encontro. E é por isso que eu pego a caneta pra escrever os meus dias; e sigo buscando as palavras nas calçadas, nos rostos, nos sinas e vibrações que conheço. Sem pensar muito. Ansiosamente esperando colidir irremediavelmente com aquela pessoa que comprovará o poder do destino e que muitas das nossas melhores histórias são escritas a quatro mãos, de olhos fechados, e sem revisão ortográfica.
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> Sim, eu sempre carreguei comigo a certeza de que um dia eu iria tropeçar em ti, e tudo teria valido muito a pena por ali eu estar te encontrando. Sabia que tu iria estar em alguma destas ruas e, quando te encontrasse, não haveria distração capaz de tirar o meu olhar do teu caminho. Eu iria tropeçar em ti e nunca mais conseguiríamos isoladamente seguir. Mais cedo ou mais tarde. Mesmo que tu não passasse de uma paixão-de-5-minutos.
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> Confesso que por alguns momentos eu quis desacreditar, mas há algo dentro de mim não me deixou parar de buscar. De alguma forma, lá no fundo, eu tinha uma certeza de que saberia numa breve cruzada de olhares quem tu és e da nossa incrível compatibilidade de sermos notadamente encaixáveis. E que algo inexplicável aconteceria, e os nossos sinais se coincidiriam. Colidiríamos de forma tão violenta que a nossa vibração passaria a ser uma só. E ressonaríamos, pra todo mundo ouvir e voltar a acreditar que as melhores pessoas do mundo, de fato, existem. E elas se encontram pra serem felizes. Mesmo que, para isso, eu tenha que esquecer como é (e os motivos) que se volta pra casa...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Straberry fields forever


{Let me take you down
´Cause I´m going to
Strawberry Fields
Nothing is real
And nothing to get hung about
Strawberry Fields forever}
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> Com o tempo, estipulei um prazo para qualquer tipo de sofrimento: um dia. Um único dia me basta. E é neste dia que eu choro tudo que eu tenho pra chorar, sofro o que tiver que sofrer, desligo o celular (ou não tiro os olhos dele), me tranco no quarto ou me fecho no meu mundinho fantasiosamente encantado, por vezes confuso e complicado...
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> E as horas passam. Pode demorar, mas elas sempre passam. Amanhece. E nada mais importará, nem mesmo os 5 graus na congelante Porto Alegre me entristecerão, porque o Sol brilhará numa janela qualquer mostrando que a vida sempre vale a pena, nem que seja com seu rainho que nada esquenta... E então eu me lembrarei que o melhor da vida sempre está no dia seguinte, quando a vida vem me ensinar que nada justifica estas olheiras nos meus olhos inchados, marcas de uma noite quase sem fim.
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> Deixando o Sol bater na cara, esquecendo tudo o que me faz mal...
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Saio dessa história sem tempo pra lero-lero, cheia de conversas interessantes pra ouvir e de vida a se viver e de bônus ainda levo um pacote de experiência pras próximas indiadas!

domingo, 24 de maio de 2009

Paz, eu quero paz....

... Já me cansei de ser a última a saber de ti.

domingo, 17 de maio de 2009

Idiotices à la carte

> No site Google, leva-se apenas 0,17 segundos pra se encontrar aproximadamente 9.060.000 resultados pra palavra 'idiota'. No Orkut, 'idiota' atinge o máximo de buscas possíveis, leia-se 1.000 resultados, sendo o primeiro destes uma comunidade com 302.174 membros, intitulada "Eu já amei um(a) idiota!", demonstrando que a dor de cotovelo impera na aplicação da palavra.
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> O primeiro resultado do Google é o wikkepédia, dizendo que 'idiota' vêm do grego 'idiótes', o homem privado - em oposição ao homem de Estado, ou público; ou aquele ignorante em algum ofício, homem sem educação, ignorante, pelo latim idiota, na acepção vulgar, é a pessoa desprovida de inteligência. E dia também que idiota pode ser o portador de idiotia ou a obra do escritor russo Fiódor Dostoiévski, intitulada nada mais nada menos que 'o Idiota'.
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> Num dos meus sites prediletos para brincar com as palavras, o letras.mus.br, a busca é mais lenta: são cerca de 9.060 de letras de música que contém a palavra, encontrados em 0,22 segundos. A primeira canção a vir é 'Eu nunca te amei, idiota!', composta por Alvin L. e cantada por Ana Carolina.
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> Contudo, ao meu ver, idiota abrange bem mais que isto. Idiota não é só um babaca que não soube te amar direito, ou que fez da tua vida um inferno.
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Em pensar que eu levei muito mais que 24 horas pra personificar a palavra idiota... Mas não se preocupem. A idiota, aqui, sou eu. Eu e a incrível capacidade que tenho de me fazer de (pasmem!!!) idiota.
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> Primeiro era ridículo, patético, quase uma piada interna. Era bom. Depois engraçadinho, um misto de pena com vontade de proteger de todo o mal que poderia abater sobre nós. Complicado. Aí se transformou em interessante, e eu poderia ficar horas e horas só ouvindo suas aventuras. Veio a vontade de ficar ali, pegar pra mim, nunca ir embora. Veio o ciúmes latente quando sua atenção se desviava. Foi quando ficou perigoso, eu não conseguia me desviar dele. Então o percebi necessário, e hoje fujo e me agarro em qualquer coisa, com unhas e dentes.
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> É. Não é pra mim. Não é pra ser. E eu não sei o que fazer.
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> Só depende de mim o não. E o ponto final nesta estória.
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> Eu não sei dizer não. Não uso ponto final, só reticências, pra poder dar continuidade sempre.
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> Isto se chamaria no meu mundinho de gastrite de reciprocidade, meu bem.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Descobertas

Eu descobri que as vezes temos tudo, família, amigos, amor, mas mesmo assim nos sentimos extremamente sozinhos, com uma saudade do que ainda não veio, e que parece que nunca chegará. Será isto uma doença ou algo do tipo?
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Eu descobri que as vezes temos nada, e não poderíamos ser mais felizes. Será isto uma virtude?
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Eu descobri que as vezes estamos com todos que amamos, e tudo que queríamos era um punhado de solidão. Que diabos é isto?
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Eu descobri que as vezes quando conseguimos o que queremos, o que parecia ideal, percebemos que nem tudo é tão ideal quanto parece. Que as vezes o que parece enterrado só está mascaradamente afundado em um monte de motivos para esquecimentos, e o que construirmos encima disto tende a ruir. Sabe como é? Vai afundar, por mais que o alicerce seja da melhor qualidade, por mais que as intenções sejam totalmente boas. Vai ruir tudo que se construir encima. Uma hora ou outra. E nada tu poderá fazer. E isto não tem nome, não é doença, nem virtude. É obra do destino. Dele e tua.
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Então, destino, tá pra ti resolver certeiras futuras pendengas, porque desta história eu já me cansei faz tempo.
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É. Eu atirei a toalha. Então pego minha bebida qualquer e espero. E cruzo os dedos para que se trate de um futuro bom.
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"Abre os teus armários, eu estou a te esperar..."

sábado, 21 de março de 2009

2.5

> Bom, dos 2.4 levo um monte de coisas boas e ruins... muitas de 'como-lidar-com-paixonites', que me calejam para os 2.5 e me afastam bruscamente da minha adolescência e do amor idealizado.
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> Do final do 2.4 levo uma quase-demissão com super justa causa que me jogam pra bem perto da minha juventude inconsequente. Mas, mesmo assim, levo uma esperança de um futuro muito bem sucedido, porque, apesar dos pesares, eu acho que eu mereço.
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> Do início do 2.5 eu levo a esperança. As incertezas. E as páginas em branco pra eu fazer o que bem quiser com todas elas.
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> Sirva-se, Gabi!
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> E parabéns para mim, nesta data querida, muitas felicidades, muitos anos de vida!

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Clandestinidades mal resolvidas

Daquele clandestino eu me lembro pouca coisa. Ou muita coisa que eu nunca soube valorizar, por isso esse minimalismo insistente. Não sei. Posso também ter criado boa parte, sou muito assim... crio amores que caibam na minha memória, e esqueço até onde eu realmente os vivi. Mas ele, este, de alguma forma, existiu. Existiu sim, num tempo em que eu não sabia nem o que sentia ao certo. Disso eu tenho certeza. Ele existiu e eu realmente apreciava seu jeito cantado de falar. E sua companhia. Ah, eu lembro o quanto implorei, na ultima vez que nos vimos, por um beijo dele... E, contrário ao tempo em que ele se importava comigo, ele não quis. Contrário da vez que ele saiu correndo para juntar os restos de mim que sobraram em um episódio qualquer, ele não estava mais ali, a minha disposição. Ele já tinha outros encantamentos, outras direções.
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Já eu não sei. Só sei que um amor mal resolvido, enquanto for sentido, não cicatriza assim, por um não querer qualquer. E a vida é imprevisível, o vai-e-vém é dinâmico, a gente não pode se prever. Por isto eu ainda penso nele, sim. E busco pegadas, pra saber onde é que ele se meteu. Impossível precisar. Poucas pessoas dariam com precisão tal informação. Mas eu não pergunto, pois quero descobrir, numa destas minhas expedições. E também porque gosto de imaginar, em alguma noite de inverno, que ele está pensando como seria estar ao meu lado. Pensar que sou também para ele um amor mal resolvido. Então não pergunto, e imagino, nos meus pensamentos sórdidos e egoístas, a sua agradável solidão me chamando pra perto dele, pra ser sua pretensa solução.
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É...o tempo passa.
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E agora? Já é tarde.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Criando depoimentos...

Me entristece muito ouvir que tu gosta tanto de mim e ver que tu não tem a capacidade de correr atrás do que tu quer, me entristece muito ver que é só brigarmos pra tu estar ocupado todas as noites e me tratar como algo irrelevante, me entristece muito ser sempre 2°, 3° ou 25° plano pra ti.
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É, acho que fizemos, no fim, o certo.
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Não quero estar com alguém, ser de alguém, e ainda assim me sentir uma pessoa sozinha, me sentir de ninguém.Tudo isto me entristece muito, muito mesmo.
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Mas, ainda assim, o que mais me entristece é ter pensado que tinha achado alguém que não era nada disto, e ter gostado de verdade deste alguém. Me estristece demais ver que tu é só mais um garoto. Apenas mais um gurizão, como tantos outros. E que eu me iludi, achando que tinha achado um alguém diferente, e no final quebrei a cara, mais uma vez.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Sobre as atitudes (não) despendidas

Sabe que cheguei a uma conclusão: às vezes é preciso deixar nossos amores irem, que vivam ao seu modo, e principalmente que sejam livres... as vezes é preciso deixar, apenas deixar as coisas seguirem a direção que lhes parece predestinada, pois não temos controle sobre tudo, nem sobre as voltas que o mundo dá, nem sobre as surpresas que podem acontecer ao longo desta jornada.
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Sabe, as vezes é melhor o imprevisível, ou até mesmo o mais doloroso dos caminhos. As vezes é melhor esperarmos, as vezes o silencio acaba sendo a mais incrível das palavras. E sim, as vezes a inércia é a mais incrível das atitudes.
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Então deixo.
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Então sigo.
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Então, de agora em diante, é isto.
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Rodapét´z:
> Tentando entender a reforma ortográfica.
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> Eu odeio reformas. E descobri que mais ainda as ortográficas.
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> Bjooos a todos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Conversa de botas batidas

- Veja você onde é que o barco foi desaguar
- a gente só queria o amor...
- Deus parece às vezes se esquecer
- ai, não fala isso, por favor
Esse é só o começo do fim da nossa vida
Deixa chegar o sonho, prepara uma avenida que a gente vai passar
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- Veja você, quando é que tudo foi desabar
- A gente corre pra se esconder...
- E se amar, se amar até o fim
- sem saber que o fim já vai chegar
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Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar
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Abre a janela agora,
deixa que o sol te veja
É só lembrar que o amor é tão maior que estamos sós no céu
Abre as cortinas pra mim que eu não me escondo de ninguém
O amor já desvendou nosso lugar e agora esta de bem
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Deixa o moço bater que eu cansei da nossa fuga
Já não vejo motivos pra um amor de tantas rugas não ter o seu lugar
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Diz quem é maior que o amor?
Me abraça forte agora, que é chegada a nossa hora
Vem, vamos além. Vão dizer que a vida é passageira
Sem notar que a nossa estrela vai cair...
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Conversa de Botas de Batidas. Musica linda cheia de paixão intensa, num diálogo entre dois amantes sobre uma vida de amor.
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Então... eu ia colocar só uns pedacinhos aqui porque realmente essa música me diz muito, quando joguei no google o título e veio isto: "o que eu nunca tinha desconfiado é que essa música é uma história real. Marcelo leu uma notícia em um jornal que um casal de idosos que tinham tido um relacionamento quando jovens, se encontraram e decidiram assumir essa paixão. Então eles se encontravam escondidos em um hotel sem qualquer incômodo ou qualquer maledicência. Estavam ali para amar e não queriam ninguém os julgando por qualquer motivo que fosse. Um certo dia o hotel que eles se encontravam estava desabando. E um dos funcionários, na correria para salvar os hóspedes, bateu na porta do quarto em que eles estavam e ninguém abriu. Não se sabe se eles estavam dormindo ou se preferiram morrer, ali juntos, sem ter que nunca mais esconder aquele amor. Os dois morreram e a notícia saiu no jornal. Então Marcelo Camelo descreve na música um possível diálogo deles dois pouco antes de morrer. Como só ele pode descrever. É de uma poesia incrível. De uma sensibilidade raramente vista."
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E agora eu reconto aqui, pra relembrá-los da genialidade do compositor.
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Abre a janela agora...