sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Caio F. Abreu

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"Então me vens e me chegas e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, e que assim me queres porque assim que és..."

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Pensamentos escritos

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Saudade não é olhar pro lado e dizer "se foi". É olhar pro lado e perguntar "cadê?".
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Achei linda esta frase.
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Eu tenho pensado muito sobre a saudade. E, por acaso, é bem como esta frase diz a falta que eu sinto. Ela não é fruto da partida, mas dos pedaços que ficaram e me perguntam como faremos para nos conformarmos sem. Sinto saudade de coisas improváveis, de gente/coisas que nunca imaginei que sentiria algum dia. Mas também sinto uma saudade incrível de pessoas que nunca conheci e de coisas que nunca vivi, que chego a fantasiar uma vida paralela onde conheço todas elas, convivo com elas. Meio lunático, eu sei.
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Ando pensando, também, como às vezes achamos que vamos morrer sem ter algo e nenhuma morte ou tragédia irremediável acontece. A gente sobrevive, e o tempo leva aquela desenfreada vontade de abraçar bem forte pra nunca mais deixar partir. E vira lembrança, do tipo que tu nunca pergunta "cadê?", porque tem certeza que o tempo para acontecer aquilo passou, e agora tu nem entende muito bem porque achou que não iria conseguir viver sem.
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Tenho pensado sobre o medo. Acho que, às vezes, por trauma ou sei lá o quê, temos medo de enfrentar, medo de tentar, medo de ficar... Então decidimos seguir o caminho, como se algo que tem um certo valor não tivesse acontecido, como se aquilo fosse só mais um grão de areia beira-mar. Ignoramos as probabilidades, ressaltamos os defeitos e viramos 'mães Dinás' prevendo um futuro que pode não vir a acontecer. Aí decidimos seguir em frente, talvez fugindo da possibilidade de errar, ou por medo de estar perdendo a melhor parte ali, parados. É quando vem a saudade e nos diz que deveríamos, sim, ter ficado. Mas agora é tarde. Pois, talvez, nesta estrada, não haja algum retorno.
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Sim. Aqui existem alguns medos que me fazem partir, mas também existem saudades que pra sempre irão me acompanhar e me fazem, vez por outra, tentar voltar.
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No verão que chega....
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Vivendo váááários novos amores esta semana:
1°) eu mesma.
2°) novo CD do Marcelo Camelo. (foto de cima é a capa, muito interessante e linda, muito pra refletir, como todo trabalho deste GÊNIO!)
3°) eu de novo.
4°) a Dona Maria, gênio da limpeza de janelas e paredes. (sim, no mundo moderno- que é cheio de pessoas carentes por qualquer tipo de cuidado- a gente se apaixona facilmente por quem cuida da gente- no meu caso, este relacionamento se tornou tão intenso e importante que parece superar muitos outros amores que eu já vivi! Dona Maria, eu te amo!!! hehehehe)
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Ausência fruto da correria. Já vou me acalmar e voltar mais ao meu blogzinho abandonado!
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Beijos.

domingo, 16 de novembro de 2008

Marcelo Camelo

"Ninguém é sensível, ninguém é bruto o tempo todo. Todas as vezes que tentam me colocar num desses estereótipos, eu fico angustiado, sabe? Porque não é verdade. A vida é plural e a gente é feito de vários momentos. A construção da personalidade é feita de vários momentos, dentro de impressões sobre o mundo que você tem a cada momento e antes de qualquer coisa eu tenho muito mais conflito do que certeza. Então, eu não posso me afirmar porra nenhuma..."