quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Desejos para 2011...

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Porque a gente demora pra encontrar, talvez algo entre 27 anos ou 3 ou 4 vidas. Porque tem que haver encaixe, força atrativa, como a gravidade, entre os corpos, entre os seres, força além da resistência casual que normalmente nos impede de nos esborracharmos no amor ali a frente. Porque tem que ser único, como de cinema, de Romeu e Julieta, de Edward e Bella, como dos nossos pais. Porque tem que ser de verdade, como tudo que nos nutre e nos faz acordar todo o dia lado-a-lado e não nos arrepender. Porque tem que ser 'reinventivo', pra que nunca pareça o mesmo, pra que a gente saiba que no fundo da gente não há mais nada que possa mais nos surpreender. Porque a gente procura, incansavelmente, como se nunca fosse haver um tempo em que tudo o que quisessemos é parar de tentar achar. E quando achamos, a única coisa que tentamos é nunca esquecer o porquê.
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Em 2011 eu desejo este mesmo amor, cheio de porquês, a todos que me acompanham e lêem.
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Eu desejo. Latentemente te desejo. E isto você sabe o porquê.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

O amor já encontrou nosso lugar

E agora está de bem.

sábado, 30 de outubro de 2010

Partida

{Não é tão fácil me prender

quando ao silêncio você se entregar.}

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Nem dá mais vontade de tentar. Dá vontade de largar tudo e sair batendo portas, batendo em portas e não atendendo portas. Isto porque eu realmente quero muito mais do que isso.
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Afinal, eu tenho muito mais do que isso. Tenho uma mala cheia de coisas coloridas e caixas e caixas de lembranças, de coisas muito mais completas e que m fazem muito mais felizes. E tenho uma estrada. Só minha. E um banco de passageiro. Pra um co-piloto. Um só.
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Eu quero muito mais, pois já tive e tenho muito mais. Afinal, sempre fui e sou muito mais do que isso.

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Então? Já eras.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Deixa o amor entrar

Deixa o amor verdadeiro preencher.

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Deixa.

sábado, 7 de agosto de 2010

Aprendizagem

E no meio do turbilhão real os meus olhos foram se turvando, e as lágrimas apenas caindo. Apesar do barulho, das pessoas pedindo minha atenção, eu só conseguia pensar que provavelmente eu nunca mais te veria. E que este nós meio torto, meio inexistente, nunca deixaria de existir somente no plano do idealismo barato. Nós fomos condenados ao fracasso romântico, a não realização do entrelaçar dos nossos sonhos. Nós nunca deixaríamos de ser um quase-romane, um semi-amor, um interesse momentâneo, talvez pela clara falta de algo mais arrebatador para nos interessarmos.
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E foi com esses relampejos de realidade que eu descobri que para ti eu era o presente que já estava condenado ao passado. Ou seja: eu nunca pude ser, eu 'comecei já fondo', impossibilitada de um será ou um seria. E, apesar dos meus olhos borrados pela infinita quantidade de loucura que naquele momento invadia a minha mente, a verdade era clara e estridente, na tua cara despreocupada, me deixando louca: o quão ridícula eram as minhas vontades, pois elas nunca alcançariam nem de perto as tuas.

domingo, 27 de junho de 2010

Lacunas & Sopros

Eu tive tempo, no teu silêncio, pra te dizer coisas inesquecíveis e calar tua mente insaciável. Eu tive tempo pra te abraçar, te beijar e pedir pra que o mundo nunca mais fosse o mesmo. Pra que tu fizesse o meu mundo nunca mais ser o mesmo.
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Eu tive tempo pra te mostrar o quanto eu esperei este tempo chegar. Te convencer que as pessoas são ímpares para que possam encontrar o seu par. Eu tive tempo pra te demonstrar de forma razoável que o mundo não é uma eterna busca por uma noite a mais de prazer. Tive tempo pra te convencer que este era o tempo certo. Tempo em que não poderiam haver partidas, onde só importaria a tua chegada. Eu tive o tempo necessário pra te dizer que o espaço que eu havia guardado pra ti no meu coração era imenso, e dele tu poderia fazer o teu lugar.
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Mas, mais veloz que as tentativas de palavras, o silêncio falou por mim. Por ti. Justo aquele silêncio que nada diz. Beijou teus olhos, tua boca. O silêncio te abraçou e te conduziu com o vento. E do silêncio construíste a tua verdade. Dele fizeste a tua vontade, e fim.
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Um beeeijo para a minha eterna super fofa leitora Roberta. Tão querida e meiga, sempre carinhosa e intensa... Te desejo toda a felicidade do mundo, que toda essa tua vontade de viver seja compensada com uma felicidade sem fim!

sábado, 19 de junho de 2010

O que também não entendo

Amar não é ter que ter
Sempre certeza
É aceitar que ninguém
É perfeito pra ninguém
É poder ser você mesmo
E não precisar fingir...

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Afinal, será que amar é mesmo tudo?
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Existem milhares de tipos de amor. Mas todos eles seguem os mesmos princípios. As mesmas regras. A mesma lei, se é mesmo um tipo de amor.

domingo, 6 de junho de 2010

Pronome compulsivo

Meus desejos são fonte de luz.
São a minha sede esperando o quê beber.
São meus instintos pra viver mais...
Tão provocantes, tão dominantes, que, por vezes, chegam a doer...
Meus desejos que doem vêm de um sonho
(sonho impossível, quase intacto).
Meu desejo hoje dói.
Corta a carne e fere o coração.
Estou de luto.
Luto por um desejo.
Que me mata e me alimenta, alternadamente.
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sábado, 5 de junho de 2010

Por um triz

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Não adianta alegar que eu sou feita das coisas que fiz, que estes nossos momentos são apenas lapsos de presença que parecem eternas, mas no fundo vão passar e escorrer entre os dedos, e não adianta eu tentar segurar, pois se não escorrerem irão, no mínimo, evaporar. Não venha alegar que eu superdimensiono momentos, pois eu sei muito bem onde tu pretende chegar. Isto porque eu pensava igual a ti. Eu desejava profundamente que ninguém pudesse adentrar nas profundezas do meu pequeno egoísmo e lá fixar moradia. Mas nestes teus sorrisos fáceis, cheiros e cores, tu acabou tatuado na parede da minha mente, e eu não consigo mais fechar os olhos e voltar a não te enxergar, por mais rápido que seja o piscar do meu olhar.
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Então percebi que desde então algo eu trago, e este algo é pra ti. E que isto que eu trago dentro de mim vai te mostrar o que nenhuma destas promessas fáceis, voláteis e mundanas são capazes de te dar. Eu tenho algo aqui, dentro de mim, pra ti. E eu quero te dar. E com isto que trago eu posso nos transformar em tudo que poderíamos ser, e naquilo que tu poderia querer. Maquiar os erros do passsado, transformar o presente em futuro, e o teu futuro em nosso. Eu posso pegar todos os teus sonhos e transformar naquilo que mais se aproxima da realidade, por mais impossível que isto possa parecer. E não serão teus medos manjados e sem nenhum embasamento que me farão parar de acreditar que sim, o que trago aqui é maior que todas as coisas que tu usa de desculpa para me evitar. E a tua imagem latente fixa na minha mente me traz a certeza que o risco de viver a vida a dois é maior que qualquer uma destas tuas vontades de perder o tempo no tempo de outros alguéns. Eu trago, e é teu. É o amor que tu construiu e a paixão que tu acendeu.
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Para quem pediu o comentário do refrão do "Por um triz" do Skank. Acredito que o que ele narra uma história, que uma menina não quer se envolver com o cara (que ela fica ou ficou) por insegurança, confusão mental de desejos e pelos erros do passado. Mas o amor supera tudo, e o amor pode demonstrar que as coisas podem ser diferentes, fazendo presente aquela menina que tanto foge, já que por amor vale a pena arriscar, e nessa vida louca, pra sermos felizes, a gente arrisca mesmo, vivendo na corda bamba, por um triz... :D

sexta-feira, 26 de março de 2010

Ajuda ae! hehehehe




sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

ALUMIA-SE O INTERIOR DE UM ABISMO

Passou a vida a ter vontade de morder aquela mão que lhe tapava a boca.
E querendo morde-la foi obrigado a beijá-la.
Ter mentido é ter sofrido. O hipócrita é um paciente na dupla acepção da palavra; calcula um triunfo e sofre um suplício. A premeditação indefinida de uma ação ruim, acompanhada por doses de austeridade, a infâmia interior temperada de excelente reputação, enganar continuadamente, não ser jamais quem é, fazer ilusão, é uma fadiga. Compor a candura com todos os elementos negros que trabalham no cérebro, querer devorar os que o veneram, acariciar, reter-se, reprimir-se, estar sempre alerta, espiar constantemente, compor o rosto do crime latente, fazer da disformidade uma beleza, fabricar uma perfeição com a perversidade, fazer cócegas com o punhal, por açúcar no veneno, velar na franqueza do gesto e na música da voz, não ter o próprio olhar, nada mais difícil, nada mais doloroso. O odioso da hipocrisia começa obscuramente no hipócrita. Causa náuseas beber perpetuamente a impostura. A meiguice com que a astúcia disfarça a malvadez repugna ao malvado, continuamente obrigado a trazer essa mistura na boca, e há momentos de enjôo em que o hipócrita vomita quase o seu pensamento. Engolir essa saliva É coisa horrível. Ajuntai a isto o profundo orgulho. Existem horas estranhas em que o hipócrita se estima. há um eu desmedido no impostor. O verme resvala como o dragão e como ele retesa-se e levanta-se. O traidor não É mais que um déspota tolhido que não pode fazer a sua vontade senão resignando-se ao segundo papel. É a mesquinhez capaz da enormidade. O hipócrita éÉ um titã-anão.
Clubin imaginava de boa fé que tinha sido oprimido. Por que razão não nascera rico? O que ele queria era que os pais lhe houvessem deixado 100.000 libras de renda. Por que não as tinha? Não era culpa dele. Por que motivo, não lhe dando todos os gozos da vida, forçaram-no a trabalhar, isto é, a enganar, a trair, a destruir? Por que motivo condenaram-no assim a essa tortura de adular, de rastejar, de comprazer, de fazer-se amar e respeitar, e trazer dia e noite no rosto um rosto que não era dele? Dissimular É uma violência imposta. Odeia-se diante de quem se mente. Soara enfim a hora. Clubin vingava-se.
De quem? De todos e de tudo.

(...)Vingava-se de todos aqueles ante quem foi obrigado a constranger-se. Desforrava-se. Quem quer que pensasse bem dele, era seu inimigo, porque ele foi cativo desse homem.
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(...)Erupção de um hipócrita, não há rompimento de cratera igual a esse.
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(...)Estas idéias em um hipócrita parecem contradição, e não são. Toda a infâmia é conseqüente. O mel é fel. Escobar confina no Marques de Sade. Prova: Léotade. O hipócrita, sendo perverso completo, tem em si os dois pólos da perversidade. De um lado é padre, do outro cortesão. O seu sexo de demônio é duplo. O hipócrita é o horrível hermafrodita do mal. Fecunda-se a si próprio; gera-se, transforma-se. Queres vê-lo formoso? Olha-o. Queres vê-lo horrível? Vira-o.
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( Victor Hugo- Os trabalhadores do mar)