sexta-feira, 16 de novembro de 2012

> Que somos hoje, se eu não reconheço teu corpo, muito menos tuas atitudes? Que fomos ontem, se finjes que nada houve, passa a mão no meu cabelo e me diz que de mim nunca teve ciúmes? Eu não sei onde tu quis chegar com este jogo que tu me propõe a jogar, só sei que preciso respirar um pouco de ar puro, ar que não contenha este teu perfume barato, loção que encontramos em qualquer supermercado. Eu preciso te deixar em uma destas esquinas em que cruzo.
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> Contudo me falta o êxito, e um pouco de energia. É que fugir de ti e das tuas invasões noturnas nos meus pensamentos é cansativo e me desanima. Eu preciso é de um anti-veneno, algo indolor que me anestesie até a próxima colisão na próxima esquina.

domingo, 1 de julho de 2012

Linha do tempo

É estranho olhar pra trás, e da ponta dos meus vinte e muitos anos mirar naquela menina com vinte e poucos, que tinha vontade de engolir a vida, sempre cercada de muitas perguntas para serem respondidas e inúmeros planos infalíveis. Pois é. Muitos destes planos falharam, a maioria das perguntas seguem sem resposta e não tenho tanta vontade assim de engolir nada que não seja comestível.
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Mas quando eu paro e olho para a menina loirinha inquieta, eu não vejo só as mudanças internas que ela sofreu; também percebo que ela não poupou seu coração de 'amores' e dores. E o mais engraçado é olhar hoje para esses 'amores', pois o exato sentido que eles faziam anos atrás perde totalmente o valor. Aquele sexappeal irresistível que me tomava o ar deu espaço a algumas carecas, algumas barriguinhas bem salientes, gestos decadentes e uma grande interrogação que lateja em minha mente: Como é que eu pude fazer mentalmente (e muitas vezes unilateralmente), nem que seja por uma noite, deste ser o homem da minha vida??? Sim, porque a menina de vinte e poucos sempre tinha diversos e momentâneos 'o homem da sua vida', utopia que só entendi mais tarde, quando fatalmente eu me reconheci crescer.
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Enfim, vim aqui contar pra vocês que olho as fotos, as memórias, os momentos, e em nenhum deles eu reconheço alguém que seja exatamente aquilo que daria certo comigo. Eram, em sua maioria, tentativas desesperadas de um grande amor, meio desajeitadas, meio clichês. Eu nunca fui fiel ao meu amor próprio a ponto de não querer preencher a lacuna 'grande amor' com o cara mais avulso que aparecesse, ou o mais óbvio que parecesse. Até o dia que eu dei aquele basta, cansei, e tudo mudou.
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O que aprendi com tudo isso? Que devemos, no mínimo, ter a calma de entender que tudo é dinâmico e que o amor próprio deve ser maior que qualquer carência desmedida. Que realmente devemos nos poupar destes amores imperfeitos, a não ser que seja apenas a tíulo de diversão (claramente assim, DI-VER-SÃO). Porquê?? Porque um dia chegará O perfeito, e ele vai ser exatamente aquilo que tu sonhou, passe o tempo que passar, com a barriga que tiver, com os cabelos que faltarem ou sobrarem e com os trejeitos que lhe forem próprios. Será o conjunto ideal. E caberá na exata medida do teu coração, afinal, ele não poupará esforços para que assim seja.

domingo, 29 de abril de 2012

Eu queria te pedir, todas as vezes em que esbarro neste teu sapato envernizado, que por favor tu saia da minha vida. Saia por esta enorme porta do esquecimento, e me deixe partir. Te pedir que a noite tu não invada meu sono, e não perturbe as minhas escolhas. Não faça eu nem mesmo em sonhos me sentir culpada, ou te pedir desculpas. Peço que tu saia e leve contigo este teu jeito tão igual ao meu, que chega a me enojar. Sim, iguais. Talvez por isto estejamos como estamos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Claricices

Dizer 'e daí, eu adoro voar' não pode ser apenas dizer que gosta de se atirar pra ver onde vai dar, e isto pode ser apenas ir ali e cair. Tem que gostar do vento cortante nos cabelos, pele e nariz. Do ar que te invade e não te deixa cair tão abruptamente, dos mínimos grãos de qualquer coisa que te tocam tão velozmente que podem te ferir, mas que de tão ínfimos tu nem vai sentir. Falar em adorar voar inclui o querer, o arrependimento, a dor, a queda, a violência de algo forte contra teu corpo, te violentando, te ferindo, nem que seja na mais minúscula forma em ti existente.
Gostar de voar tem que ser mais que um mero plágio sonoro, mais que boas palavras reunidas formando um conjunto literário bem orquestrado; gostar de voar deve incluir o querer, o sofrer e o conseguir. Gostar de chegar além. Gostar de querer viver o além e sentir esta necessidade de ir além. Coisa que palavras copiadas nunca vão te dar a exata dimensão ou te passar a convicção que só o viver te trará. Gostar de voar é viver e sentir e pedir pra que nunca pare, pois se parar, se a queda for o fim, nunca saberemos o que há depois do pouso.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

{De tanto eu te falar

Você subverteu o que era um sentimento e assim

Fez dele razão pra se perder

No abismo que é pensar e sentir.}

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Eu queria dizer que nunca penso em ti, só porque me soa as vezes por demais irônico pensar em ti. É porque enquanto te tive aqui eu nunca te valorizei, sabe? Enquanto tu esteve aqui por algumas vezes pensei mal de ti, falseei algumas coisas, encobri outras. E tenho a certeza que foi recíproco. Teus olhos me diziam. Coisas que nós duas sabemos, detalhes depois revelados, que só nós duas entendemos e fomos cúmplices de alguma forma. E por tudo isto, por aquilo que fomos, por termos usado um pouco de cada uma é que não me sinto no direito de sentir tua falta. E não é falta da tua presença, porque dela pouco desfrutei. É falta de ouvir falar de ti, de ler o que tu escreve, de te tirar do teu conforto com minhas brincadeiras, nem que somente de vez em quando... Falta de falr com todas as letras pra TU IR SER FELIZ sem se importar com que os outros vão pensar, pois, como tu já sabe, o agora é único e o amanhã não sei se virá (meu grande arrependimento que tu nunca me deixou concretizar, tudo o que sinsermente eu tinha o direito e o dever de te falar).
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Enfim, eu queria te dizer que tu não faz nenhuma falta pra mim, porque me sinto um pouco hipócrita e até meio mentirosa se falasse ao contrário. Mas não foi uma ou duas vezes que me peguei pensando em ti, em como seria se tu ainda estivesse aqui, de como seria bom e interessante a vida humana (e cá incluo não só a minha entediada forma de viver mas o de outros dos grandes habitantes desta província). Teríamos piadas ácidas, uma forma cult de ver as coisas, um sorriso meigo de menina veneno, uma pobre coitada infeliz no amor... mas teríamos, se é que me entende. Teríamos um vai e vém de idéias interessantes, e seria muito mais divertido os dias acizantados desta cidade.

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E viraste nuvem, Sol, anjo, veneno de cobra, diamante, ouriço, viraste sonho nas noites mais escuras e viraste amor nos corações mais pobres, como o meu, como o dele, como o nosso.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Eu acho que há pessoas que nascem para dar certo no amor. E outras que nascem para tentativas de amor. Há pessoas que trocam o par e, independente de quem for, serão para sempre 'o melhor amor da minha vida'. Outras nunca acharão a conjuntura certa para saciar suas lacunas. Mas não é porque as lacunas sejam vastas, ou inúmeras, mas sim porque não há resposta correta para elas.
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Acho que há pessoas que se adaptam, se modelam ao amor, seja ele do tipo que for. Há gente que não consegue controlar seu ímpeto de amar incondicionalmente, acreditar nas pessoas. E há pessoas que por mais que tentem, são tão calejados ou desconfiados que nunca caberá um outro ser dentro daquele. São seres sós. São pessoas brutas que precisam ser lapidadas, se deixarem.
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Há pessoas e pessoas, amores e amores. Mas seja o tipo de amor que o seu for, faça dele o essencial aos seus olhos. Faça dele o primordial pra o seu eu. Faça dele o melhor amor do seu dia.