sexta-feira, 28 de agosto de 2009

PS.

{Maybe you should make a list for me
Of everything important in this world
In a note of urgency
'Cause I don't know how to feel
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Careful now, you'll hurt yourself
Careful now, you'll hurt,
you'll hurt someone else.}
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Com o tempo descobrimos que as pessoas que são aparentemente as mais fortes podem ser as mais sensíveis. Que as mais engraçadas e agradáveis tem um lado duro e triste, e até os palhaços choram. E, apesar dos pesares, nada disto faz de nós 'o ser mais desprezível da face da Terra', pois todos estamos sujeitos a erros e acertos, crises existenciais e de felicidade, constantemente.
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Percebemos também que é preciso um tanto de coragem pra enfrentar o que temos de mais verdadeiro: aquilo que está dentro de nós. É preciso coragem pra chorar qualquer tipo de choro, pra falar sobre dúvidas e sentimentos, pra dizer "eu acho que gosto de ti", pra pirar e se arrepender, e até mesmo pra dizer uma mentira deslavada. Então por muitas vezes nos calamos, e um dia acabamos expulsando uma avalanche sem sentido de dentro de nós. Um erro, mas que por vezes se faz necessário.
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Sim. Decididamente é preciso um tanto de coragem pra se errar e, mesmo assim, seguirmos tentando.

domingo, 16 de agosto de 2009

Puzzle


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> O tempo passou. Ao me distanciar das percepções bitoladas pela efemeridade cotidiana, vi que nada foi tão revolucionário quanto parecia que ia ser. Mas tudo foi muito inédito e único, de uma forma surpreendente. Os dias voaram. Alguns saíram, outros entraram, a vida deu um monte de rasteiras, me presenteou com um tanto de inesquecíveis momentos, experiências idescritíveis e sonhos que vivi acordada. Ou seja: muitas coisas mudaram e nunca mais serão as mesmas. E, mesmo assim, sinto como se nada tivesse realmente mudado.
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> E durante esta avalanche de percepções mentais, um filmete encantava a minha mente. Revivi todo o caminho traçado em minhas andanças mundanas, tentando explicar como cheguei aonde estou e nesta que hoje sou. Como eu me tornei monstro para alguns e encantadora para outros. É, porque percepções diversas surgem a cada dia sobre esta que vos escreve. Esta que, no fundo, quer criar seu própro conto de fadas e fazer alguém feliz. Esta que quer se tornar a exceção a sua própria regra e ser muito feliz.
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> Assim, enquanto relembrava os meus dias, percebi que o meu eu atual, tal qual o eu de cinco anos atrás, desvia-se de comparações e convence a todos que evoluiu, cresceu, amadureceu. Prega novas idéias e as define como lições de vida. Conta suas andanças diárias, que não são poucas, e diz que elas foram fundamentais para ser o que hoje sou. Contudo, na verdade, tento é me convencer, enquanto encontro apenas uma meia-dúzia de alterações superficiais sobre esta pele e sobre os conceitos que a revestem; e isto não é o bastante para me privar de ser quem realmente sou. Vejo que este eu sempre esteve por aqui, algum tempo adormecido, encantado por sentimentos, indagações e fatos que o envolviam cegamente ou tentando ser mais aceitável aos olhos dos que me querem bem.
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> E ali entendi que sou desde sempre aquela por detrás da carcaça. Contudo, às vezes, diante das particularidades insanas desta, eu me vejo na obrigação de deixá-la de lado. E há 3, 5 ou 15 anos atrás, tudo era exatamente igual. Mudanças ocorreram apenas nos cenários, nas circunstâncias, nos personagens e na intensidade com que eu sinto e digiro as coisas da vida, pois hoje sou capaz de sentir mais, entender e querer mais, mesmo sem saber ao certo até que ponto isso pode ser bom ou saudável. Mas as minhas vontades, objetivos, sonhos e ideais seguem quase os mesmos. É que eu ainda penso sobre as mesmas coisas quase da mesma forma, com as mesmas oscilações perenes e intensidades profundas que sempre andaram de mãos dadas com minha alegria exfusiante que distrai a maioria. Alegria que trago para disfarçar a muitos o meu modo peculiar de entender as coisas, tornando-o quase imperceptível, para não assustar quem ousa arriscar sua sanidade pelo meu mundo.
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> Sim, pouco adiantaram as medidas de autotutela. A menina 'de camiseta do Che, saia quadriculada e botas gigantescas' ainda está aqui, tentando ser menos óbvia a antigos olhares.
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> Enquanto palavras jorravam da minha boca, eu só queria que fosse estridente a todos o meu maior aprendizado destes últimos anos: que o destino aponta sempre uma direção que fará todo o sentido no momento certo, por mais ilegível que momentaneamente isto possa parecer. E, tentando explicar isto a ouvidos alheios, verborragicamente contava meus devaneios vividos, atropelando fatos, os resumindo para o quanto antes chegar em ti, o meu assunto predileto, para poder me demorar enquanto explicava nossas próprias coincidências e as coisas que me encantam e assustam em um único ser.
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> O quê isto quer dizer?? Que tu anda saindo da minha mente mais do que deveria. Anda dominando pensamentos mais do que poderia. Tu estava ali, na minha boca, colocando a emoção mais perto da razão. Simples assim.
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> E o quê muda no contexto geral? Nada. Eu continuarei adolescentemente te recontando mundo afora, enquanto tu expressará por ouvidos mundanos algo que nem sei ao menos do que se trata. Até que a vida, dinâmica e imprevisível, te coloque no teu devido lugar: no meu passado mais distante.
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Fato: Tudo mudou sem nada mudar. Muito mudei sem nada mudar. E preciso urgentemente te tirar do sério. Tudo isto nunca foi tão óbvio como agora.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Sugestão de presente pra formanda:


> O apartamento é o 304.