quarta-feira, 24 de outubro de 2007

A espera

> Depois de uma semana loucamente boa, chegaram os dias mais esdrúxulos dos últimos tempos. Normal, normal. Nem sempre são rosas. Até porque nem toda rosa que recebemos é feita de pétalas. Há espinhos que cortam.
.
> Mas sempre esperamos algo, mesmo que seja apenas mais uma rosa cheia de espinhos, mesmo com as mãos cortadas de tanto apertar aquelas que já recebemos.
.
> E de espera passam-se os dias. Por coisas que nos façam sair de órbita. Coisas que, por vezes, nem temos coragem de verbalizar. Talvez por não serem verbalizáveis. Mesmo assim as esperamos.
.
> Seguimos vivendo como se aquilo fosse acontecer uma hora dessas, sem muita explicação, sem sequer haver sido pensado. Esperamos que acasos nos tragam as coisas que nos deixam ridiculamente sensíveis a ponto de as esperar. E quando chegar, estaremos sem palavras pra dizer o quanto a queríamos, pois não conseguimos verbalizar as vontades que nos tomam o peito sem muita explicação. Vontades ridículas aos olhos de terceiros. Tão importantes que as carregamos como fardos.
.
> Na verdade tratam-se de fardos ou prazeres, depende apenas do final de tanta espera. Mas a grande realidade é que com tanta ousadia de esperarmos por algo tão patético e tão especial, essas acabam se transfomando em nossos calcanhares de Aquiles. Nos assustam e nos tomam, alternadamente. Mesmo assim, com tantos poréns, seguimos, esperando que um dia deixem de ser apenas pensamentos proliferantes.
.
>Sim, eu também as espero.
.
> Não, eu não temo meu calcanhar de Aquiles.
.
.
Pedido mais que urgente: SUPREENDA-ME SEMANA!