quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Gabrielices

“Existem vários jeitos de entender o mundo.

Ela tentava explicar de um jeito que ele ficasse mais bonito."

(Adriana Falcão)

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Eu ando perdida por mundos, desassossegada. Sempre pronta pra sair da monotonia diária e balançar as mesmices, pois estou sempre cansada das mesmices. É difícil me pegar de mau-humor, é muito fácil me deixar com sorrisos de orelha a orelha (com perfeitas companhias e em perfeitas situações, não há pessoa mais feliz). Mas eu sofro. Sofro sim. Contudo, é uma coisa que evito. Evito as situações que me levem ao sofrimento. Quando vejo que vai começar a choradeira por causa de qualquer coisa, finjo que não sinto ou entro num DR pessoal até chegar a conclusão que esse tal sofrimento é algo totalmente desnecessário. Quando vejo que nada será capaz de evitar tal sofrimento, ando na contramão mesmo e me entrego pra sentir de verdade (como se a dor viesse pra cortar a carne). Porque realmente acredito que o sofrimento enobrece (mas só quando bem sentido e por motivos que realmente mereçam este sofrimento) e que quando o mundo vem cinza é pra gente colorir com nossas canetinhas sentimentais ou de futilidades da forma que der vontade.


Tenho dificuldade de ser otária. Mas também tenho dificuldade de ser abandonada. Maior abandonada, pra mim, só na música do Cazuza. Eu quero junção. É disso que eu gosto. Pra isso meu DNA se presta. Pra somar pessoas, pra sair por aí adicionando mentes insanas a minha vida. E construo pra mim com tantas insanidades uma estória bem particular.


Sou descuidada a ponto de ignorar a ignorância. De fingir reciprocidade onde não têm. De ser rebelde a qualquer sinal de (in)disciplina. Talvez isso seja só pra me dar ao luxo de seguir vivendo, desviando da possibilidade de enfrentar meu medo de solidão (o pior e mais solitário medo que conheço...porque medos tenho poucos). Eu não sei ser só. Por isso carrego comigo a minha melhor amiga: eu mesma. E me amo. E me beijo. e me desejo tudo que há de bom neste mundo, mesmo quando me olho no espelho e não reconheço a mulher que está do outro lado.


Falo que amo porque realmente amo. Amo muita coisa e muita gente. Amo mesmo. Se tem coisa que sei fazer bem é ser passional, amar tudo que me cativa (alguns seres não entendem o porquê de tanto amor, mas pra quê querer saber se é apenas bom sentir?). Mas tem o outro lado da moeda (como tudo na vida). Odeio quase ninguém. Mas tendo a, quando não amo, sentir nada. Recolho cada um a sua insignificância no meu mundinho (bem egoísta, eu sei). Tenho uma tese que isto é do homem. O interesse, o egoísmo que ele coloca em tudo que quer. Eu acredito piamente que o homem só age em causa própria, ou seja, o homem só é o que é e só vive por puro egoísmo. E sigo a risca esta tese. Sou egoísta e quero só pra mim o que amo (sim, sou carente 24 horas dos afetados pelos meus afetos).


Ah, tenho manias. Muitas. Sou bem maniática. Mania de intensidade, de estudar, de desapego material, de desejos, de ler letras de músicas, de estar sempre criando uma moda, de escrever, de querer aventuras, de roer unha (esta tô parando...tá linda já minha mãozinha!!)... mas minhas manias são minha sorte e meu carma, alternadamente.


Aonde quero chegar com tudo isto? Ao meu quarto no verão, à França, ao parque com mate, a festa do final de semana, a um banquete sem culpa, aos teus braços, a um banquete de ti (posso? deixa eu me servir de tuas más intenções?? Porque as minhas são muito boazinhas, precisam de um contrapeso. Do peso de ser tua, e nada mais).


Enfim, quero vida pra ser vivida. E depois contada. Só isso. Afinal, nada mais lindo que uma poesia versando sobre desejos, destino e um pouco de sorte, não é?

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{Eu há uns 3 ou 5 anos atrás.}

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